Setembro azul é o nome de uma bela campanha que ocorre todos os anos, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os direitos da comunidade de surdos do Brasil, bem como incentivar a discussão a respeito de iniciativas de inclusão dos mesmos na sociedade.
Com outras datas parecidas, como o Outubro Rosa (conscientização contra o câncer de mama) ou o Novembro azul (conscientização contra doenças masculinas), o Setembro Azul é importantíssimo na problematização de questões que, para a maioria da população, não representam um problema, mas que, para as pessoas afetadas, são essenciais.
A comunidade surda brasileira comemora no mês de setembro sua identidade e a história de suas lutas e conquistas. Várias datas importantes para os surdos são comemoradas durante o mês. No dia 10 é comemorado o Dia Internacional da Língua de Sinais, 21 é o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, dia 26 é o Dia Nacional dos Surdos (conforme a lei nº 11.796 de 29 de outubro de 2008) e no dia 30 é comemorado o Dia Internacional do Surdo e o do Profissional Tradutor.
Além destas datas, o mês de setembro também já abrigou:
A cor azul foi escolhida por conta de dois fatos históricos de suma importância: durante a Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração nazistas, as pessoas com deficiência eram identificadas com uma faixa azul colocada em seus braços. Além disso, durante o XIII Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos, que aconteceu em 1999 na Austrália, foi realizada a Cerimônia da Fita Azul, que relembrava a opressão que os surdos sofreram com o Nazismo.
Nessa cerimônia, o Dr. Paddy Ladd (um importante professor e ativista das causas dos surdos) usou uma fita azul no braço pela primeira vez como símbolo do movimento.
Ao longo do mês, vários eventos acontecem em todo o Brasil, tendo a data como tema. Universidades, órgãos governamentais, museus e outras instituições dedicam parte de seu tempo (e espaço) para as comemorações da data e para as pertinentes discussões sobre o tema. É possível assistir a várias palestras, debates, oficinas e curso de Libras. Caso tenha interesse, procure por esses eventos em sua cidade.
A Comunidade Surda conquistou o reconhecimento nacional sobre a Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS, oficializada pela Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 e homologada pelo Decreto Nº 5.626/2005. Tal decreto reconhece a LIBRAS como a primeira língua do surdo, sendo o portuguesa considerada como segunda língua, defendendo a inserção de professores bilíngues e intérpretes nas escolas.
Essa língua é derivada tanto de uma língua de sinais regionais, quanto da língua gestual francesa, e por esse motivo, guarda semelhança com outras línguas de sinais da Europa e da América. Tal qual as outras línguas existentes, as línguas de sinais são compostas por níveis linguísticos complexos, tais como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica.
Nas línguas de sinais existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais.
Esses sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos — e também de expressões faciais e corporais que transmitem os sentimentos que para os ouvintes são transmitidos pela entonação da voz, os quais juntos compõem as unidades básicas dessa língua. Dessa forma, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, e capaz de dar “voz” ao surdo, e possibilitando uma maior inclusão social.
Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Revoltada por natureza, vê na comunicação uma oportunidade de extravasar a sua paixão por curiosidades, arte e conhecimento.
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